Há muito este é um tema corrente no mundo e nas cabeças de cada um de nós. Será por sua magnitude, por sua ilusão, por sua utopia ou pela devastidão que causa. O que se esconde, enfim, por trás de sentimento tão nobre, mas ao mesmo tempo tão imprevisível. Certa vez li, num artigo de jornal, uma reportagem belíssima que descrevia a pesquisa de uma especialista na área de sentimento, a professora Cindy Hazan da Universidade Cornell de Nova Iorque, acredite existe esta especialidade que trata dos sentimentos incorrigíveis do amor, ela traduzia em palavras o que sentimos ao nos depararmos com este sentimento que nos assola há muito e que pouco o compreendemos na sua prática. Dentre os resultados apontados em sua pesquisa estava o efeito da paixão, que segundo a cientista dura de
"Ele era louco e muito excitante, tirava meus pés do chão. Esta excitação está bem viva. Nós nos certificamos de que nossas vidas estejam sempre mudando". (Lisa)
Após este período o que fica é a pessoa e suas excentricidades, esquisitices e porque não dizer seus defeitos, sim, acredito que em algum momento percebemos que a pessoa é interessante, mas não completa, afinal, penso que não deva existir um ser humano completo, não somos como carros afinal, aonde podemos buscar originais de série e os acessórios mais completos. O que me intriga que está além de todas estas pesquisas é, o que nos move? O que nos atrai? O que nos motiva? O que vemos e desejamos e quando isso acontece? Estas indagações na devem ter respostas, ou logo alguma pesquisa é anunciada e minhas dúvidas serão sanadas. Considero-me uma observadora nata, e gosto de observar desde crianças a idosos, e quando me deparo com um casal apaixonado novas dúvidas sempre me ocorrem, é belo e ao mesmo tempo misterioso este sentimento. Esta semana acordou em mim uma nova dúvida, após assistir dois filmes que a princípio pouco tem em comum, mas que no meu olhar despertou um mesmo lugar de observação, os filmes são “Wall-E”, longa-metragem de animação da Pixar, dirigido por Andrew Stanton, que dirigiu anteriormente Procurando Nemo, e “Sombras de Goya” do diretor Milos Forman (Amadeus), conta a influência que Goya recebeu dos horrores da guerra e das pessoas com quem conviveu. Em ambos os filmes algum tipo de paixão se desenrola, seja em Wall-E a paixão de um robô por outra robô, cheio de pequenas descobertas e o extasiar de um beijo inesperado, ou ainda em Sombras de Goya, a paixão de uma prisioneira da inquisição por um padre que a usou e deu a ela uma filha que foi tirada dela antes mesmo de ela poder a ver. No primeiro o amor se concretiza e mesmo que não possamos conviver com o seu desenrolar temos em nosso plano de experiência o que se passa a partir de então, no segundo o final não se passa de forma tão positiva, o objeto amado, o padre, é morto mas o amor permanece, pelo menos nos momentos em que convivemos com ele no filme. A amante caminha ao lado do objeto amado desfalecido e sequer percebe que o mesmo nunca mais lhe dirigirá nenhum tipo de palavra ou ação, a amante está doente psicologicamente por isso não tem nenhum tipo de discernimento sobre o que ocorre. Será este o sentimento que nos acomete na paixão? Afinal de alguma forma nosso corpo toma um outro lugar no espaço, o lugar de viver intensamente, perdemos o medo e somos tomados por um desejo intenso de novas experiências e o prazer constante de estar com o parceiro. O que me ocorre neste momento é: o que se procede com as paixões não realizadas? Aonde se escondem estes sentimentos? Não encontrei nenhuma resposta em nenhuma pesquisa em nenhum artigo de jornal e muito menos em mim mesma, mas estou à espera, viver uma paixão é bom, tê-la por toda a vida deve ser melhor ainda, será?
2 comentários:
muito bom! Carol!
Só tu mesmo Carol... Te vejo tanto nesse texto, sempre questionando, sempre amando, sempre mudando... Muito parecido com uma conversa que tivemos tempo atrás... E quanto a última pergunta, minha resposta é... com certeza, sim.
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