segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
O medo da chuva!
É disso que quero falar hoje...
Noite passada houve muita chuva no telhado, e houve um dia inteiro de sol quente. Mas não sei porque, como uma adulta não sai na rua e não me deliciei com a chuva caindo.
Prefiro acreditar que chuva é SIM para molhar e devemos SIM aproveitar, e não estou me referindo a economia na conta de água e luz.
Outro dia estava voltando para casa do supermercado acompanhada de uma amiga, que ficou assustada e acuada com a chuva e por isso saiu em disparada para não se molhar, continuei o caminho a passos lentos aproveitando as gotas, que não matam, de chuva que caíam sobre mim. Quando cheguei ela me esperava, com cara séria e um pouco molhada e logo me indagou: - Você está louca? - Não sei, mas me ocorreu que não deveria responder, não vali a pena.
Ontem a noite, ao ouvir a chuva cair, recordei-me do ocorrido, senti um aperto no peito, uma vontade de cair na chuva e dançar, fiquei com medo de ainda não ter crescido. E nem sei se deveria ter este medo.
Será que adulto não pode tomar banho de chuva? É errado? Faz parte de um dos sete pecados capitais? A igreja proíbe? Deus está vendo?
Bem, se é certo que Deus a tudo vê, sim ele deve estar olhando sim, mas e porque não dançar na chuva se ela está ali fora, esperando por uma alma caridosa que veja nela um cobertor coberto de doces gotas para refrescar a alma.
Ei sei que em tempos de enchente é estranho esta minha indagação, afinal, tudo o que estamos esperando é que não ocorra outra inundação, logo o que menos queremos é água caindo do céu.
Mas não é disso que estou falando não, é da ingenuidade, presente na criança e adormecida no adulto. Há muita infelicidade nisso não há?
Outra coisa que sei é que em dias que estamos saindo para trabalhar, para um compromisso outro e cai aquela chuva torrencial pensamos logo, puxa vou ficar todo molhado.
Mas não é disso também que falo aqui, falo do prazer de viver cada pequeno momento da nossa vida. A chuva em um momento descontraído não faz mal ao nosso corpo, pelo contrário, faz muito bem ao nosso coração, porque ascende em nós uma centelha da criança que fomos e ainda podemos ser, mesmo que as vezes, sem receio de ser ridículo ou infantil.
É, a chuva tem sim suas vantagens.
Mas claro, na próxima vez em que estiver acompanhada retornando para casa e a chuva cair, sei que ao caminhar em passos lentos, a pessoa que estiver ao meu lado sairá em dispara e me esperará com o mesmo rosto fechado secando as gotas que o atingiram e me perguntará: - Você está louca? - Novamento não sentirei vontade de responder...
...Afinal, é só secar...
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Das Paixões
Há muito este é um tema corrente no mundo e nas cabeças de cada um de nós. Será por sua magnitude, por sua ilusão, por sua utopia ou pela devastidão que causa. O que se esconde, enfim, por trás de sentimento tão nobre, mas ao mesmo tempo tão imprevisível. Certa vez li, num artigo de jornal, uma reportagem belíssima que descrevia a pesquisa de uma especialista na área de sentimento, a professora Cindy Hazan da Universidade Cornell de Nova Iorque, acredite existe esta especialidade que trata dos sentimentos incorrigíveis do amor, ela traduzia em palavras o que sentimos ao nos depararmos com este sentimento que nos assola há muito e que pouco o compreendemos na sua prática. Dentre os resultados apontados em sua pesquisa estava o efeito da paixão, que segundo a cientista dura de
"Ele era louco e muito excitante, tirava meus pés do chão. Esta excitação está bem viva. Nós nos certificamos de que nossas vidas estejam sempre mudando". (Lisa)
Após este período o que fica é a pessoa e suas excentricidades, esquisitices e porque não dizer seus defeitos, sim, acredito que em algum momento percebemos que a pessoa é interessante, mas não completa, afinal, penso que não deva existir um ser humano completo, não somos como carros afinal, aonde podemos buscar originais de série e os acessórios mais completos. O que me intriga que está além de todas estas pesquisas é, o que nos move? O que nos atrai? O que nos motiva? O que vemos e desejamos e quando isso acontece? Estas indagações na devem ter respostas, ou logo alguma pesquisa é anunciada e minhas dúvidas serão sanadas. Considero-me uma observadora nata, e gosto de observar desde crianças a idosos, e quando me deparo com um casal apaixonado novas dúvidas sempre me ocorrem, é belo e ao mesmo tempo misterioso este sentimento. Esta semana acordou em mim uma nova dúvida, após assistir dois filmes que a princípio pouco tem em comum, mas que no meu olhar despertou um mesmo lugar de observação, os filmes são “Wall-E”, longa-metragem de animação da Pixar, dirigido por Andrew Stanton, que dirigiu anteriormente Procurando Nemo, e “Sombras de Goya” do diretor Milos Forman (Amadeus), conta a influência que Goya recebeu dos horrores da guerra e das pessoas com quem conviveu. Em ambos os filmes algum tipo de paixão se desenrola, seja em Wall-E a paixão de um robô por outra robô, cheio de pequenas descobertas e o extasiar de um beijo inesperado, ou ainda em Sombras de Goya, a paixão de uma prisioneira da inquisição por um padre que a usou e deu a ela uma filha que foi tirada dela antes mesmo de ela poder a ver. No primeiro o amor se concretiza e mesmo que não possamos conviver com o seu desenrolar temos em nosso plano de experiência o que se passa a partir de então, no segundo o final não se passa de forma tão positiva, o objeto amado, o padre, é morto mas o amor permanece, pelo menos nos momentos em que convivemos com ele no filme. A amante caminha ao lado do objeto amado desfalecido e sequer percebe que o mesmo nunca mais lhe dirigirá nenhum tipo de palavra ou ação, a amante está doente psicologicamente por isso não tem nenhum tipo de discernimento sobre o que ocorre. Será este o sentimento que nos acomete na paixão? Afinal de alguma forma nosso corpo toma um outro lugar no espaço, o lugar de viver intensamente, perdemos o medo e somos tomados por um desejo intenso de novas experiências e o prazer constante de estar com o parceiro. O que me ocorre neste momento é: o que se procede com as paixões não realizadas? Aonde se escondem estes sentimentos? Não encontrei nenhuma resposta em nenhuma pesquisa em nenhum artigo de jornal e muito menos em mim mesma, mas estou à espera, viver uma paixão é bom, tê-la por toda a vida deve ser melhor ainda, será?